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Artigo: Conhecendo o Desconhecido

28/01/2019

Já existe um consenso de que o autoconhecimento é importante para o crescimento pessoal e profissional; no entanto estudos demonstram que mesmo sendo um tema bastante comentado e trabalhado por especialistas, ainda há muito a ser feito. São inúmeros casos de profissionais que tem muita dificuldade em fazer opções de carreira, definir suas próprias forças e fraquezas e se surpreendem significativamente em alguns momentos de mudança e disrupção; mas por que este processo é tão difícil e ainda tão polêmico? A nossa equipe se debruçou sobre os tópicos que versam sobre este tema.

1 –  O nosso inconsciente é muito mais amplo que o nosso consciente

Em primeiro lugar é importante entender que quando estamos tentando ampliar a nossa autoconsciência, estamos tentando tornar algo que é inconsciente em consciente, mas qual é o tamanho que estamos tentando conhecer e investigar?

Em 2012, a emissora inglesa BBC fez essa pergunta a sete dos maiores experts do mundo em cérebro e cognição, de quatro grandes universidades (Oxford, Montreal, Columbia e Londres). Cada um deles deu seu palpite – sim, palpite, pois a ciência ainda está longe de ter um catálogo completo dos processos cerebrais. Pelas estimativas dos especialistas, a consciência ocupa no máximo 5% do cérebro. Todo o resto, 95%, é o reino do inconsciente.

Então é importante desenvolver uma atitude de aprendiz diante deste tema solicitando feedbacks e procurando enxergar com os olhos dos outros.

2 – O autoconhecimento é um processo evolutivo.

Quase tudo começa com uma incompetência inconsciente, quando você descobre por você mesmo ou através de outros que você é incompetente em alguma coisa. As vezes você pode ser incompetente em algo que é crucial para o sucesso da posição atual ou pode ser algo que seja importante, mas não tão urgente. Em ambos, você precisará aprender para evoluir.

Estabelecer objetivos de crescimento e aprendizagem fixos é um erro e quase sempre traz grandes frustrações.

A dica aqui é estabelecer objetivos de aprendizagem contínua e revisitar os seus objetivos frequentemente. 

3 – Superar os obstáculos exige muita vontade e disposição.

O autoconhecimento evolui e amadurece, é bom separar um punhado de energia por que parte de você não estará disposto a mudar, seja para  começar, continuar ou parar o que você está fazendo. “Não somos o que sabemos, somos o que estamos dispostos a aprender”.

4 – Consciência por si só não transforma nada – o que transforma é a sua atitude.

O que transforma a realidade é a atitude que você toma quando descobre algo sobre você mesmo e sobre o possível impacto que você causa no ambiente.

Anos atrás assessorei uma executiva que trabalhava fora do Brasil e tinha um nível acentuado de rejeição ao estilo que ela adotava como líder. Como o tempo fomos entender que as roupas e detalhes de seu visual causavam uma percepção muito negativa nas pessoas. Foi necessário muita disposição para entender, agir e mudar.

Como sugestão, procure questionar o óbvio, nele você poderá encontrar algumas saídas para seus dilemas.

5 – O movimento de conhecer algo que é desconhecido é quase como remar contra a maré.

Sabe-se que o sistema límbico (órgão responsável pela memória) adora aprender e automatizar a maioria das coisas que aprendemos. Isto é bom e ruim. É bom por que este poderoso sistema nos mantém protegidos de qualquer perigo e, além disto, pode tornar o dia a dia mais eficiente. É ruim por que há pessoas que passam grande parte de vida utilizando somente o piloto automático sem acesso ao seu potencial criativo. Então, procure se fazer a seguinte pergunta algumas vezes na semana: Eu estou presente aqui e agora? Qual é o % de minha presença?

David Rock deu uma contribuição gigantesca com os seus estudos sobre a Neurociência quando afirma que é quase impossível desconstruir nosso sistema de conexões, mas é relativamente fácil construir novas conexões.

6 – O feedback é útil, mas cuidado. Alguns são alavancadores e outros são limitadores e isto pode fazer toda a diferença em sua carreira.

Em uma escola americana alguns alunos foram submetidos a um teste de QI que detectava o potencial de cada criança.  Os pesquisadores aplicaram o teste e antes mesmo de calcular a pontuação de cada aluno escolheram aleatoriamente algumas crianças e disseram aos professores que aquelas crianças teriam um sucesso extraordinário nos anos seguintes. Esta informação não era verídica.

No final do ano escolar, os pesquisadores voltaram à escola e repetiram o teste. Os alunos que haviam sido falsamente diagnosticados como gênios haviam ganho, em média, 3,8 pontos de QI a mais que os demais. O resultado foi ainda mais surpreendente entre alunos da primeira série que apresentaram 15,4 pontos de QI a mais. Ou seja: as crianças que haviam sido apresentadas como “mais inteligentes” de fato se tornaram mais inteligentes – porque inconscientemente, sem querer, os professores haviam dado mais atenção e estímulo a elas.

Thomas Edison é o exemplo mais famoso de um feedback que teria sido muito desastroso.

Sua mãe evitou que ele recebesse esta carta da professora:

“Seu filho é confuso e tem problemas mentais. Não vamos deixá-lo vir mais à escola!”

Ao contrário, leu a seguinte frase para ele, ainda pequeno:

“Seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e não tem professores ao seu nível. Por favor, ensine-o você mesma!”

A dica aqui é que você ouça os feedbacks com bastante atenção, mas não perca de vista quem realmente você é.

7 – Por fim, às vezes você muda e não percebe que mudou…

Sabe aquele estilo de gestor que você não aguenta mais? Você conseguiu conviver com aquele tipo durante algum tempo, mas de repente não consegue mais? Ou aquela rotina que já não combina mais com você?

Você pode ter mudado e não ter percebido e esta sensação pode lhe trazer algum tipo de sofrimento.

Assessorei alguns anos atrás uma executiva que inconscientemente não queria mais trilhar a carreira daquela forma e naquele formato, porém insistia naquele caminho. Até que um dia, começou a questionar suas próprias barreiras. Então se questione e se desafie. Acredite em você, em seu potencial e em suas forças. Tudo o que é seu chegará a você de alguma forma.

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